26.11.07

Conselheiro avalia Conferência de DH do Paraná

O Conselheiro Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Paraná, João Vitor Cruzoletto, avaliou a VII Conferência Estadual dos Direitos Humanos do Paraná, realizada nos dias 19 e 20 de outubro de 2007 e observa falhas imperdoáveis desde a abertura. Eis a íntegra do relato:

VII CONFERÊNCIA ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS
Data: 19 e 20/10/2007
Local: Faculdade Internacional de Curitiba – FACINTER.

João Vitor Cruzoletto
Conselheiro Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente

BREVE RELATO SOBRE A VII CONFERÊNCIA ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS

A VII Conferência Estadual dos Direitos Humanos, elaborada e desenvolvida pelo Conselho Permanente dos Direitos Humanos do Estado do Paraná – COPED/PR, em parceria com a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania – SEJU, teve por objetivo inicial (em teoria, ao menos) discutir a efetivação e garantia dos direitos humanos no Estado do Paraná. No entanto, ficou além e aquém das discussões e reflexões primordiais sobre os direitos e suas garantias. Uma prova desta falta de comprometimento com os direitos humanos por parte dos idealizadores da Conferência foi logo verificada no primeiro dia, sexta-feira à noite (19/10), na abertura do evento. Discutir com quem a garantia e efetivação dos direitos humanos no Paraná? Não havia representantes dos movimentos sociais. Onde estavam os representantes dos movimentos Sem Terra, Indígena, ambientalistas, dentre outros movimentos de suma importância na luta da garantia de direitos? Vi apenas uma pequena e tímida representação do movimento negro. Busquei então observar se os representantes dos conselhos de direitos estaduais (da Criança e do Adolescente, Segurança Alimentar, da Assistência...) estavam presentes, e para minha surpresa havia somente alguns conselheiros. A abertura do evento teve início com a composição da mesa, formada pelo presidente do COPED e então secretário de Estado da Justiça e Cidadania, pelo vice-presidente do COPED, por 2 (dois) parlamentares, um federal e outro estadual, e outras autoridades. Após suas falas, o presidente do COPED e os parlamentares foram embora, alegando compromissos de igual teor. Logo, uma pergunta me veio: Qual compromisso seria mais importante do que uma Conferência Estadual dos Direitos Humanos, sendo eles representantes diretos da população paranaense? Com a mesa desfeita, deu-se início as discussões, ou melhor, a uma única discussão, a institucionalização de uma Defensoria Pública no Estado do Paraná. As reflexões e discussões sobre os direitos humanos se limitaram a defesa ferrenha da Defensoria Pública no PR. Perguntei-me: E a questão do direito a alimentação, ao estudo, a moradia, à saúde, ao trabalho, ao esporte e lazer? Não que o trabalho dos defensores públicos não seja de suma importância, mas podemos limitar uma Conferência de Direitos Humanos a somente esta discussão? A meu ver, não. Depois de um relato (uma pequena história) contado por um dos palestrantes – defensor público, auto-intitulado “Dr. dos pobres” (alguma coisa assim, não lembro bem o termo utilizado por ele, mas soa de igual teor), logo vi que tratariam os direitos humanos como benefícios.
Minhas suspeitas se concretizaram no segundo dia do evento (20/10), logo pela manhã. Iniciado as atividades, o vice-presidente do COPED disse que havia duas notícias para os participantes da Conferência, uma boa e a outra ruim. A ruim era que os participantes não teriam seus almoços pagos, conforme estabelecido no cronograma, devido a problemas de licitação com os restaurantes de Curitiba. A boa era que, para compensar a falta de almoço, os cafés-da-manhã e da tarde seriam reforçados. Os participantes manifestaram-se contra e insatisfeitos com a situação exigiram uma solução para a problemática exposta. Então, surgiu uma idéia “brilhante e magistralmente assistencialista” de um dos membros do COPED: “Vamos passar uma lista e quem realmente não puder pagar seu almoço, nós pagaremos”. Depois desta “sublime” idéia, fui embora e decidi por não ficar mais na Conferência, pois estava decepcionado e indignado com tanto descaso com os direitos humanos no Paraná.

18.11.07

Dia nacional da consciência negra

20 DE NOVEMBRO – DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA
*O Dia da Consciência Negra foi pensado como uma resposta do movimento negro,a comemoração da farsa da abolição da escravidão com a "Lei Áurea", realizada oficialmente em 13 de maio de 1888. O 20 de novembro, escolhido para a comemoração do *Dia da Consciência Negra*, refere-se a data da morte de Zumbi dos Palmares.
A idéia do dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra foi proposto pelo movimento negro do Rio Grande do Sul. E agora em 2007, faz 36 anos de realização do Dia da Consciência Negra pelos movimentos negros de todo o Brasil.
A idéia de uma consciência negra ganha força nas décadas de 1980 e 90 com a consolidação do movimento negro, que lutava/luta para derrubar o estigma negativo imposto pelas elites coloniais e republicanas do Brasil, durante esses 507 anos de exploração.
Positiva-se, então, expressões da cultura negra, como as religiões de matriz africana, o vocabulário, a alimentação, dentre outras, tendo um certo cuidado para não folcloriza-los, mas sim, lhes atribuindo um sentido político, reivindicados como fatores pertencentes a essas identidades. Com a "abertura política" do Brasil, o movimento negro percebe, o que o Antropólogo Alfredo Wagner (em 2006) reconhece como "condições de possibilidade", ou seja, um momento específico propício para o encaminhamento de reivindicações básicas dos grupos sociais ou povos na constituinte de 88.
Mobilizados entorno de identidades coletivas, como as associações quilombolas, de religiões de matriz africana, de capoeira e outras organizações que se articulam no âmbito dos movimentos sociais. Que nas décadas supracitadas ganharam visibilidade.
Atualmente, o Dia da Consciência Negra, refletem as grandes lutas contemporâneas do movimento negro na sociedade brasileira, objetivando outras "condições de possibilidade", com a implantação da Secretaria Especial de Política e Promoção da Igualdade Racial-SEPPIR.
Portanto, encaminhando reivindicações que visam à consolidação de políticas afirmativas, como a "lei de cotas" e o "Estatuto da Igualdade Racial", ambos em tramitação. Mas do que comemoração e festividades folcloristas, o Dia da Consciência Negra, é pautado pela solidificação da luta de negros e negras pela justiça social.
No Amazonas realizar-se-á a Semana da Consciência Negra, com abertura oficial dia 19 de novembro, na FSDB, realizada pelo Depart. de Serviço Social em parceria com o Fórum Permanente Afro-descendente do Amazonas-FOPAAM, terão ainda no decorrer da semana outras atividades, como a Semana da Consciência Negra da UNINORTE e o Seminário de Diversidade Étnico-racial, realizado em parceria pela SEMED, SEDUC e FOPAAM.
Este último em especial, visa discutir a implementação no Amazonas, da lei 10.639, de dezembro de 2003 do governo federal, que torna obrigatório nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, público e privado, o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, cujo conteúdo programático prevê "o estudo da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional".
Texto: Emmanuel de Almeida Farias Júnior – Antropólogo e membro do Fórum Permanente Afro-descendente do Amazonas-FOPAAM.

13.11.07

Semana Zumbi dos Palmares

De 16 a 23 de novembro de 2007

REALIZAÇÃO:

ASSESSORIA DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL
ASSOCIAÇÃO UNIÃO E CONSCIÊNCIA NEGRA DE MARINGÁ
CENTRO CULTURAL JHAMAYKA
INSTITUTO DE MULHERES NEGRAS ENEDINA ALVES MARQUES

P R O G R A M A Ç Ã O

Dia 16/11 ( Sexta-feira)
20:00 horas – Cerimonial de Abertura das Festividades da "Semana Zumbi dos Palmares"
Presença de Autoridades políticas, empresariais, religiosas e comunidade
Apresentação do Coral Bocaloca e atividades culturais
Fala da Assessora de Promoção da Igualdade Racial
Palestrante: Professor e Advogado Alaor Gregório de Oliveira, com o tema: "Síntese da trajetória do Movimento Negro em Maringá"
Local: Sala Joubert de Carvalho (Biblioteca Pública)

Dia 17/11 ( Sábado)
20: 00 horas
Exibição de Filme Étnico - racial seguido de debate
Local: Plenário Dr. Horácio Raccanello Filho na Câmara Municipal de Maringá (Plenarinho)

Dia 18/11 (Domingo)
08:15 horas – Abertura com o Grupo de Dança Afro Sim, do Colégio Unidade Pólo de Ensino .
Mesa Redonda sob a coordenação da Profª. Aracy Adorno Reis, Presidente do Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques.
Palestrantes: Socióloga Sirlene Silva, e Profª. Especialista Maria Auxiliadora Teixeira de Barros, com o tema: "Mulheres Negras Fazem a História"
Professor de História e Especialista em Culturas Africanas Jairo de Carvalho, com o tema:
"Zumbi e Palmares: alvorada da liberdade"
Professor e Advogado Alaor Gregório de Oliveira, com o tema: " João Cândido e a Revolta da Chibata".
Local: Sesc

14:00 horas – Apresentação do grupo mirim de percussão Batuke Novo do Centro Cultural Jhamayka
Roda de Capoeira com as Crianças do Projeto Katinguele Capoeira - Contra-Mestre Pinaúna
Hip Hop, Grupo Raça de Capoeira, Street Dance, Desfile Afro
Local: Praça Zumbi dos Palmares – Conjunto João de Barro I / Santa Felicidade

19: 30 horas - Missa Afro, celebração com o Padre Odacilio
Local: Cine Plaza (Praça Raposo Tavares)

Dia 19/11 ( Segunda-feira)
20:00 horas - Mesa redonda com o tema Cultura Afro Brasileira
Coordenadora Claudete dos Santos, Assessora de Promoção da Igualdade Racial.
Palestrantes: Prof. Ademir Felix; Paulo Sergio Francisco; Professor Faustino dos Santos; Contra-mestre Pinaúna; Mestre Xis
Local: SESC

Dia 20/11 (Terça-feira)
08:00 às 09:00h : panfletagem
Local: Terminal Urbano
08:00 às 11:30h - 13h30 às 17h30: Atividades culturais com a Rede Municipal de Ensino
Local: Cine Plaza
19:00 Horas - Entrega do Troféu Consciência Negra

Dia 21/11 ( Quarta-Feira)
20: 00 horas
Kizomba
Local: MPB Bar

Dia 22/11 (Quinta-Feira)
20:00 horas
Palestrante: Jornalista Dojival Vieira, editor da Revista Eletrônica Afropress de São Paulo, com o tema: "Estatuto da Igualdade Racial, Lei de Cotas e Feriado do 20 de Novembro"
Local: Auditório do Sinteemar

Dia 23/11 (Sexta-Feira)
19:00 horas – Encerramento da Semana Zumbi dos Palmares com atividades culturais
Local: Sala Joubert de Carvalho (Biblioteca Pública)