AMEAÇADOS PELA UHE-MAUÁ INTERROMPEM REUNIÃO COM A COPEL EM ORTIGUEIRA
Na tentativa de obter a licença ambiental de instalação para ausina hidrelétrica de Mauá – UHE-Mauá a COPEL – Companhia Paranaense de Energia Elétrica - convocou ontem, dia 11 de junho, no Salão Paroquial em Ortigueira, uma reunião com os ribeirinhos do rio Tibagi ameaçados de despejo pela construção da barragem. Cerca de 50 ameaçados estavam presentes. Após a abertura do evento, o Prefeito de Ortigueira, Geraldo Magela, falou que ainda tinha dúvidas com relação à usina. Em seguida, o Procurador da República João Akira Omoto, de Londrina, declarou-se preocupado com a falta de apresentação dos complementos ao EIA-RIMA,- Estudo de Impacto Ambiental - determinada na licença prévia da UHE-Mauá, antes que se fizesse a reunião com os ribeirinhos, pois ainda não se tem certeza se o empreendimento é viável do ponto de vista ambiental e, portanto, se será construído ou não.
O representante da COPEL, Jorge Andriguetto, tomou a palavra e iniciou explicações técnicas sobre a usina. A fala do representante da COPEL gerou revolta, nos representas das comunidades de Ortigueira e Telêmaco Borba. Os agricultores/as interromperam a reunião e cobraram uma posição efetiva dos representantes da COPEL quanto às complementações do EIA-RIMA e colocaram dúvidas acerca do cadastro feito pela empresa, que segundo os ribeirinhos é cheio de falhas e não considera os direitos dos ribeirinhos. Um outro fator de descontentamento foi à impossibilidade das famílias participarem da reunião (pois as comunidades estão há uma distancia de cerca de 40 quilômetros do centro de Ortigueira e nenhum meio de transporte foi disponibilizado).
Frente à recusa dos representantes da COPEL em responder aos questionamentos levantados e atender as reivindicações apresentadas, os agricultores/as deixarem o salão paroquial, alegando que a reunião não correspondia às expectativas dos ameaçados pela usina e que, por isso, estava encerrada.
Ao final do tumultuado encontro os presentes à reunião denunciaram ao Procurador da República as práticas dos empreendedores que nos últimos meses passaram a “construir” na região um clima de que a construção da UHE – Mauá é inevitável. Denunciaram também os enormes prejuízos econômicos, sociais, psicológicos que suas comunidades, famílias, crianças estão vivendo, ou seja mesmo na sua fase de licenciamento a UHE-Mauá já tem interferido cotidianamente na vida de homens e mulheres dos municípios de Ortigueira e Telêmaco Borba.
Curitiba, 12 de junho de 2007
Frente de Proteção do Rio Tibagi
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